29 de abr. de 2014

3º dia sem cigarro

Pensei que fosse mais fácil ultrapassar a barreira do 3º dia sem cigarro, onde o pico de abstinência da nicotina ocorre. Mas não está sendo! 

Estou sentindo uma dor insuportável e um peso enorme no lado de trás da cabeça, que só melhoram quando fico deitada. Mesmo assim resolvi ir para o yoga, já que atividade física é essencial nesta fase. Porém, esta atividade piorou muito minha dor de cabeça, tive que voltar pra casa antes de terminar a aula. Essa dor de cabeça é um dos sintomas da abstinência da nicotina, não a senti na primeira tentativa de parar de fumar. 

Além disso, estou sentindo muita tontura, que é justificada pela melhora da oxigenação do cérebro devido a ausência de monóxido de carbono. Que coisa boa! Meu corpo está reaprendendo a viver sem o cigarro e o oxigênio está alcançando o meu cérebro, isso me deixa muito feliz :)

E por último, mas não em menor importância, estou com uma terrível constipação intestinal por causa da ausência da nicotina, e isso é muito incômodo, pois não estou acostumada com prisão de ventre. Acho que 99% dos fumantes usam o cigarro ao usar o banheiro, já que o mesmo causa um relaxamento neste momento. Depois da terrível dor de cabeça, esse é o efeito da abstinência que está mais me incomodando.

No mais, não estou irritada como na primeira tentativa e a concentração está baixa, mas a sorte é que esses dias não tenho necessitado muito dela. 

Sinto que é dessa vez! Apesar dos efeitos da abstinência, não tenho vontade de fumar, quero muito largar esse vício e desta vez é para valer, vou conseguir!!!


28 de abr. de 2014

1º dia sem cigarro - 2ª tentativa

Estou de volta! E dessa vez é para valer!!!
Mais do que nunca estou decidida a não colocar mais nenhum cigarro em minha boca e dessa vez será definitivo.

Como na 1ª tentativa, escolhi uma data para esse intento, pois essa história de parar aos poucos (diminuindo a quantidade de cigarros durante o dia) para mim não dá certo, sou muito compulsiva e comigo isso não funciona. Então, escolhi uma data e um horário para fumar meu último cigarro: dia 26/04/2014, às 18hs, fumei meu último cigarro.

Escolhi esta data porque estava voltando de uma viagem maravilhosa que fiz e acredito que o ideal é escolher um momento em que a vida não esteja atribulada e que os níveis de estresse estejam mínimos. É claro que momentos estressantes sempre existirão, mas é melhor que os primeiros dias sem cigarro, que são os piores, não sejam em momentos muito estressantes.

Na verdade, ia parar no início da viagem. Mas na cidade que eu fui as pessoas fumavam muito, nunca vi tanta gente fumar como em Buenos Aires. Então, ficou muito difícil parar quando eu estava lá. Inclusive, indico aos que desejam parar de fumar que peçam ajuda aos familiares e/ou amigos que também fumam, pois fica muito complicado parar de fumar e ficar vendo fumantes ao redor bem como sentindo o cheiro de cigarro.
Durante a semana que estava lá, tentei reduzir o número de cigarros durante o dia, mas à noite era mais difícil, pois não resistia aos maravilhosos vinhos argentinos e, como todo fumante sabe, o álcool aumenta a vontade de fumar. Por isso, agora vou dar um tempo no álcool e no café preto do dia-a-dia. É essencial maneirar no consumo desses estimulantes pelo ao menos neste momento inicial, durante o primeiro mês.

Meu primeiro dia sem cigarro nesta 2ª tentativa foi bem mais tranquilo que na 1ª, não sei exatamente o motivo, já que na 1ª tentativa eu também estava numa viagem maravilhosa. Mas, o que posso dizer é que cheguei ontem de viagem e passei meu primeiro dia sem cigarro tranquilamente, sem irritabilidade e episódios depressivos, apenas com aquela constipação intestinal comum de quando paramos de fumar, devido a ausência da nicotina (que é estimulante do sistema nervoso parassimpático... pretendo fazer um post futuramente sobre os efeitos fisiológicos da nicotina para que possam entender melhor seus efeitos no nosso organismo e, consequentemente, os efeitos de sua abstinência).

Não posso deixar de levar em consideração que passei o 1º dia sem cigarro em casa e sem problemas externos relacionados ao trabalho. Talvez isso tenha ajudado em o dia não ter sido tão irritante. De qualquer forma, dessa vez vou me manter firme, não deixarei que pessoas ou momentos estressantes me façam acender um cigarro. Mais que nunca quero parar com esse vício maldito, e estou terminando o 2º dia sem cigarro firme e forte.

Escreverei aqui diariamente e partilharei das minhas experiências com vocês! Boa sorte para mim e para todos que estejam neste mesmo barco. Contem suas histórias também, isso ajudará a me manter forte neste momento, bem como ajudará outras pessoas que também acompanham este blog.


Rio de la plata (Argentina)- leve consigo meu último cigarro!

8 de abr. de 2014

Uma guerra formada por muitas batalhas

Esta semana está difícil dar início a mais uma tentativa de parar de fumar, estou muito atribulada com prazos de atividades do doutorado e está complicado passar pelos alucinantes primeiros dias sem cigarro. Disse isso em uma das minhas primeiras postagens e vou repetir, é essencial que, no mínimo, nas duas primeiras semanas a pessoa esteja num momento tranquilo de sua vida,  pois são dias muito irritantes, depressivos e de extrema falta de concentração. Na verdade, o recomendado para quem deseja parar de fumar é procurar ajuda psiquiátrica, porém, me recuso a usar medicamento. Pois, se eu quero me livrar de uma droga, porque vou usar outra? Mas, quero deixar claro que qualquer pessoa que queira parar de fumar pode pedir ajuda ao médico para minimizar os efeitos da abstinência. Já existem muitos medicamentos eficazes no tratamento do tabagismo. Inclusive, vale a pena ressaltar que, dependendo do caso, o médico solicita que o paciente tabagista diminua a carga de trabalho ou até mesmo que seja afastado temporariamente de suas atividades diárias. Infelizmente, eu não posso ter essas regalias, sou uma mera bolsista de doutorado, que tem prazos e não posso me dar ao "luxo" de pedir licença. 

Então, como sei que a luta não vai ser tão simples assim e para não desanimar nem perder a fé, resolvi me preparar psicologicamente para mais uma nova tentativa, pois desta vez não quero mais fracassar. Fui à livraria em busca de ajuda e, apesar de não gostar do gênero auto-ajuda, resolvi assumir minha fraqueza e procurei um livro que me auxiliasse nesse momento que estou vivendo. Encontrei um livro de Augusto Cury, Superando o cárcere da emoção. Já ouvi falar deste autor, ele é um psiquiatra e psicoterapeuta famoso por seus best-seller. E, em homenagem à um leitor que acompanha meu blog e que está desanimado consigo mesmo, se sentindo fracassado porque já teve várias recaídas, resolvi transcrever um trecho que li hoje neste livro e achei que se encaixa perfeitamente com este momento pós-recaída:

Para evitar os deslizes ou tornar-se uma pessoa mais forte após uma recaída, é necessária verdadeira engenharia intelectual, composta por:
1) Nunca desistir de si mesmo. Tentar sempre. Aprender a ser um agente modificador da sua história;
2) Não ter medo de suas dores e frustrações, mas trabalhá-las com dignidade;
3) Aprender a ter prazer nos pequenos momentos da vida.

Na minha opinião, o pior depois de uma recaída é voltar a acreditar em si mesmo. É difícil, mas concordo com o que esse tal de Augusto Cury escreveu, não devemos desistir de nós mesmos, precisamos ter coragem de enfrentar novamente as dificuldades de parar de fumar, sem medo de fracassar, buscando novos prazeres capazes de substituir o cigarro. Eu já comecei a fazer isso desde que o ano começou, ainda estou firme e forte no yoga e pilates. Mas, sem perder a consciência que ainda há muitas batalhas pela frente e sem perder a fé em vencer esta guerra.


5 de abr. de 2014

O dia do fracasso

Estou de volta! Após três semanas sem escrever aqui no blog, voltei com força total.
Alguém adivinha o porquê do meu sumiço? Não é difícil deduzir...

Sim, fracassei. Voltei a fumar e vou contar a vocês o que houve. 

Depois do 15º dia sem cigarro a abstinência piorou e muito, parecia que eu ia enlouquecer, é uma sensação que só quem passa entende. Por isso que escolhi parar de fumar no carnaval, pois estava numa viagem maravilhosa e com pessoas queridas. Porém, infelizmente, após o 15º dia eu precisava voltar às minhas atividades diárias e à minha rotina. Precisava escrever um artigo científico, tinha prazo para entregar e não podia mais adiar, foi então que a coisa desandou, a tentativa de parar de fumar foi frustrada.

É impressionante como a abstinência da nicotina afeta a capacidade de concentração e raciocínio do indivíduo (isso é fisiologicamente explicável) simplesmente eu não conseguia produzir, não tinha concentração e muito menos motivação para escrever, já que nessa fase da abstinência temos episódios depressivos (devido a ausência dos hormônios responsáveis pelo prazer que a nicotina estimula a produção). 

Foi neste momento que fracassei e imediatamente fui comprar uma carteira de cigarro. E é com muita vergonha que admito isso. Sim, eu fracassei. Mas isto não impede que eu tente novamente. Vou parar de fumar! E conto com a ajuda deste blog para alcançar minha meta. Hoje comprei meu último maço de cigarros e, desta vez, será o último mesmo! 

E para encerrar este post, deixo um link de uma música do eterno Raul Seixas, que combina exatamente com este momento: http://www.vagalume.com.br/raul-seixas/tente-outra-vez.html

"Tente outra vez"
Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar, 
não não não não
Há uma voz que canta, 
uma voz que dança, 
uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez