17 de nov. de 2014

5 meses sem fumar

Após 3 meses ausente, eis que reapareci...

Parei de escrever no blog porque enjoei de falar do cigarro. Acho que todo mundo que pára de fumar depois de um tempo cansa de se lamentar, principalmente depois que passa aquela abstinência pesada e sofrida. Sim, depois de um tempo aquele sofrimento todo passa e você não pensa mais no cigarro a cada 10 min.

Mas se engana quem acha que o ex-fumante não lembra mais do cigarro. Apenas as lembranças aparecem em um intervalo de tempo maior. Você não lembra mais dele toda vez que termina uma refeição ou que toma um cafezinho, porém, isso não quer dizer que nunca mais lembra dele nestes momentos ou em outros. Lembra sim!

Nas duas últimas semanas eu sonhei com o cigarro quase todos os dias. Nos sonhos (para não dizer pesadelos), eu fumava um cigarro e me recriminava por isso, ficava arrasada por ter fracassado. Não sei o porquê da vontade apertar tanto nesses últimos dias, mas o fato é que tenho sobrevivido.

Quem leu todos as postagens deste blog deve saber como foi difícil eu conseguir parar de fumar, tudo que passei para hoje estar comemorando esses 5 meses sem cigarro. Estou muito feliz por estar vencendo cada dia uma luta, mas confesso que acabei trocando um vício por outro.

No início, o que diminuiu minha ansiedade e ajudou a me manter longe do cigarro foi o yoga. Depois, conheci o acroyoga, que acrescenta movimentos acrobáticos ao yoga, desafiando quem o pratica e desenvolvendo o sentimento de superação, "prato cheio" para quem parou de fumar, não é mesmo?

Acabei viciando nisso e hoje estou tentando encontrar o equilíbrio, pois, tudo demais é sobra! Talvez seja por isso que tenho me lembrado tanto do cigarro, a vontade de fumar tem apertado muito, a vontade de jogar tudo para o alto e voltar à minha vida de antes, gostava tanto dela. 

Hoje, o que mais sinto falta no cigarro é a companhia para estudar e escrever, aquele cinzeiro em cima da mesa, aquele cigarro para pensar acho que nunca vou esquecer. É claro que também sinto falta dele quando tomo uma cerveja e quando estou na entediante tarefa de esperar, naquele tempo ocioso.

Mas nada disso me faz ter coragem de acender um cigarro. Quando lembro tudo que passei para chegar até aqui, de todo o dinheiro que já gastei com tratamento odontológico por causa da nicotina, de tudo que já conquistei depois desses 5 meses sem inalar fumaça para meus lindos pulmões... simplesmente não tenho coragem de fumar... só não sei até quando conseguirei...


SÓ POR HOJE!!!



18 de ago. de 2014

Pastilhas mastigáveis de nicotina

62 dias sem fumar

Essas foram as gomas de mascar que encontrei na farmácia:


Vim aqui contar para vocês como foi a minha experiência com elas!

Vamos por partes...
Cheguei na farmácia e pedi uma cartela de pastilhas de nicotina, igual a que usei no primeiro mês (veja aqui), pois não queria comprar muitas pastilhas para não me habituar a usar nicotina terapêutica todos os dias. Porém, não encontrei as pastilhas em nenhuma das três farmácias próximas à minha casa. Só encontrei essa caixa de chicletes com 30 unidades e o jeito foi levá-la mesmo! Estou decidida a usar apenas um chiclete por dia e quando realmente a abstinência estiver violenta.

A bula contém todas as instruções de uso... mastigar o chiclete e depois repousá-lo dentro da boca, para que a nicotina seja absorvida pela mucosa bucal. Fiz exatamente como indicado e, após 25 minutos, senti muito enjôo, muito mesmo. Corri para minha caixa de medicamentos e tomei um pasil (antiemético usado para aliviar náuseas). Após um período de aproximadamente uma hora melhorei. Ufa, que sufoco! 

Depois disso a primeira coisa que pensei foi no péssimo investimento que havia feito, pois essa caixa custou 47 reais e ainda tinham mais 29 chicletes, o que iria fazer com eles?
Por outro lado, pensei que no final das contas a vontade de fumar havia passado, já que passei o resto do dia meio enjoada e não passava pela minha cabeça fumar (será que se eu fumasse um cigarro eu também sentiria essa náusea? Creio que sim, pois meu corpo já estava limpo de nicotina).

Foi então que pensei numa tática para usar os chicletes até a caixa terminar!
Resolvi tomar um plasil meia hora antes de usar os chicletes, assim evitaria o sintoma do enjoo.
E funcionou? Mais ou menos... senti menos náusea, mas senti! De qualquer maneira, consegui suprir momentaneamente o desejo por fumar.

Ah, se vocês observarem as informações na caixa desse medicamento, esses chicletes prometem ajudar no clareamento dos dentes, não é tentador? Vamos ver...

Em breve, conto mais impressões que eu tive dessas pastilhas mastigáveis!!!


SÓ POR HOJE...



17 de ago. de 2014

O dia da espera

2 meses sem fumar

Os meus últimos dias foram assim:


Estressante e altamente convidativo.

Fiquei completamente louca pra fumar.

Sabe aqueles dias em que temos milhões de coisas para fazer? Atividades burocráticas, chatas e que não podemos adiar... assim foi minha semana!

Todo fumante sabe que um dos momentos mais difíceis de suportar a abstinência é num momento em que temos que esperar algo, seja lá o que for... ainda mais quando essa espera significa tempo ocioso, como ficar sentada esperando várias pessoas serem atendidas antes de você.

Essa semana foi assim para mim, a vontade de ir lá fora fumar um cigarrinho foi grande, não foi fácil resistir. Pensei várias vezes em testar meus limites e comprar uma unidade de cigarro, tinham vários ambulantes na porta vendendo, em praticamente todos os lugares que fui nestes últimos dias.

E como eu consegui resistir? Ah, pensava em como foi difícil os primeiros dias sem cigarro e em tudo o que conquistei depois que parei de fumar. Respirava fundo e mentalizava que aquela sensação ia passar, que aquela necessidade profunda da nicotina para diminuir a ansiedade momentânea da espera, isso tudo ia acabar.

Depois de tudo isso, depois de 2 meses sem fumar e mais de um mês sem nicotina terapêutica, hoje resolvi comprar chicletes de nicotina. Sim, admito que estou por um triz e para não cair na tentação, resolvi alimentar a abstinência e usar a minha muleta. Pelo ao menos até que eu me sinta mais forte para seguir na luta sem ela.


SÓ POR HOJE...


28 de jul. de 2014

Como parei de fumar - convite aos leitores

Olá pessoal, estou aqui para convidá-los a relatarem um pouco da história de vocês com o cigarro.

Se alguém tiver interesse em escrever um post aqui no blog, relatando suas experiências com o cigarro, quando começou a fumar, há quanto tempo parou, as dificuldades que têm vivido, ou qualquer outra coisa relacionado ao tema, é só deixar seu e-mail aqui nos comentários que entro em contato logo em seguida.

Gostaria de interagir mais com os leitores do blog e trocar experiências.

Comecei a escrever no blog, dentre outros motivos, para desabafar minhas percepções e sensações desde que decidi parar de fumar, mas também sinto vontade de ler histórias e relatos de ex-fumantes e pessoas que estão na mesma situação que eu, por isso, resolvi criar esse espaço para vocês!


27 de jul. de 2014

Como parei de fumar - apoio físico

40 dias sem fumar

Mais um dia vencido, mais um dia por vir...

Parar de fumar é um exercício diário, é se observar e se controlar todos os dias. Todo dia um ex-fumante tem vontade de fumar. Dizem que depois do primeiro mês, a vontade diminui, mas comigo não foi assim, a vontade de fumar não passa de jeito nenhum, apenas diminui a frequência. 

É alucinante a tal da fissura; uma vontade forte que vem lá do seu íntimo, difícil e possível de controlar. Às vezes ela me pega de surpresa... 
Por exemplo, hoje acordei com tanta vontade de fumar um cigarro que fiquei tonta quando levantei. Quando isso acontece, para evitar recaídas, eu não tomo meu cafezinho. Na verdade, parei de tomar café e outros produtos com cafeína durante todo o primeiro mês sem fumar. Só agora nos últimos dias que eu ousei tomar um café com leite pela manhã.

Para me manter firme longe do cigarro, além de controlar o consumo de cafeína, eu diminuí a ingestão do álcool. Sinto que essas atitudes me ajudaram a evitar a associação do cigarro com a cafeína e o álcool, já que minha mente já está formatada para sentir o cheiro do café e da cevada, e atiçar os receptores de nicotina sedentos e viciados.

Outro apoio que busquei para diminuir o desejo do meu organismo por nicotina foram as atividades físicas: ioga e pilates. Gente, vale muito a pena dedicar uma hora por dia do seu tempo praticando algo que faça bem para seu corpo físico. E, particularmente, para quem gosta de "unir o útil ao agradável", essas duas atividades que escolhi são perfeitas para quem também quer exercitar a mente, e ainda reaprende a respirar.
Lembrando que alguns hormônios do prazer estão mais ofertados durante a prática do exercício físico e isso ajuda a diminuir a depressão da abstinência.

É isso, não dá para mudar um hábito enraizado por anos sem querer mudar seu estilo de vida. É muito complicado! Parar de fumar envolve evitar tudo que lembra o cigarro e que pode "ativar" a fissura, pelo ao menos no primeiro mês. E, também, é extremamente importante a prática de atividade física, seja ela qual for.

E vocês, o que têm feito para lidar com a abstinência?


SÓ POR HOJE...



26 de jul. de 2014

Como parei de fumar - apoio medicamentoso

39 dias sem fumar!


Depois de muitas tentativas de parar de fumar, depois de muito fracassar... estou aqui, conseguindo ficar sem ele, sem meu maior companheiro! Sim, estou conseguindo viver sem o cigarro! Mas... como eu consegui chegar até aqui?

Eu sempre tentava parar de fumar "na tora", sem ajuda de nenhum medicamento, apenas com auxílio terapêutico, força e muita vontade. Após várias tentativas frustadas, percebi que não conseguiria sem uma ajuda a mais. Foi então que decidi usar os adesivos de nicotina e comecei pelo de fase 1 (para quem fumava mais de 10 cigarros por dia), usei por uma semana (uma caixa de adesivos vem com 7 unidades e dura exatamente este período). A bula diz que você deve utilizar esta fase do adesivo por 6 semanas, mas eu optei por não seguir a bula, senti segurança para seguir para a fase seguinte.

Então, comprei o de fase 2 e usei por mais uma semana. Nesta fase, o tamanho do adesivo é menor e contém uma menor quantidade de nicotina, para que nosso organismo vá se acostumando e adaptando a ficar sem aquela quantidade de nicotina diária. Neste momento os sintomas da abstinência já são mais notórios, principalmente aquela irritação gratuita.

Depois disso, usei o de fase 3 por mais uns quatro dias. Usei apenas por esse período porque esses adesivos dessa fase eu ganhei de uma colega blogueira que me enviou lá do Rio de Janeiro, umas sobras de quando ela ainda usava. Como o adesivo da fase 3 é muito, mas muito pequeno, quase não tem mais nicotina... fiquei com pena de comprar mais e resolvi parar de usar depois que acabou.

Como nessa encomenda dos adesivos também vieram umas pastilhas de nicotina, resolvi seguir minha luta me virando com essas pastilhas mesmo. Foram 12 pastilhas no total, depois que acabaram não comprei mais. Tenho uns cinco dias sem usá-las! Usei por alguns dias depois que parei com os adesivos, porém, não ultrapassava o número de uma pastilha ao dia, sendo que tinham dias que não usava. Quando acabaram, resolvi não comprar mais, apesar da vontade, pois fico com receio de estar enganando a mim mesma, sabe? Enquanto ainda usava esses paliativos, sentia que ainda não tinha me livrado do vício. 

Sei que dependente da nicotina serei para sempre, mas saber que estou livre desta droga é importante para me sentir forte e ter mais ainda vontade de lutar e vencer essa luta!


SÓ POR HOJE...


25 de jul. de 2014

E a luta continua...

 38 dias sem fumar!

E quem disse que não sinto mais vontade de fumar?


Todos os dias tenho episódios de fissura pelo cigarro, não está fácil... 
As pastilhas de nicotina acabaram há uns dias e não quis mais comprar... 

Fui novamente ao dentista e tive notícias terríveis, tenho até vergonha de comentar... ah, como me arrependo de ter fumado! Olho meus dentes no espelho e vejo a burrice que fiz. Acho até que é isso que tem me mantido longe do cigarro... a preocupação com meus dentes, medo de perdê-los!

Vontade de fumar eu sinto todos os dias, sinceramente!

Mas estou tão bem sem ele (talvez nem tanto assim)... firme em meu objetivo e tentando me manter longe dele todos os dias... 


SÓ POR HOJE...



20 de jul. de 2014

32 dias sem fumar

Mais de um mês sem fumar...


Estou tão feliz! :)
Nem acredito que estou conseguindo...

Demorei, mas voltei! Quase um mês sem escrever no blog... provavelmente, vocês pensaram que eu sumi porque fracassei e voltei a fumar, não é mesmo? Porém isso não aconteceu... dessa vez estou firme e forte rumo ao  meu objetivo! Eu sumi porque realmente estou sem tempo para escrever, sempre tenho ideias para postagens, só que preciso de tempo. Estou tentando me organizar para dar mais atenção ao blog, afinal de contas, quero ajudar pessoas que queiram parar de fumar e que tenham as mesmas dificuldades que eu tive e ainda tenho. 

Confesso que ainda sinto muita vontade de fumar, tenho episódios fortíssimos de fissura (desejo intenso de fumar) que cada dia que passa são menores, mas que, quando surgem, são muito intensos. E o que tenho feito para controlar isso? Bem, primeiro eu bebo água, respiro fundo e começo a exercitar mentalmente os motivos que me fizeram decidir parar de fumar, lembro de tudo que passei para chegar até aqui e de todas as coisas que me incomodavam quando fumava, pois eu já não sentia mais tanto prazer fumando, quando acendia um cigarro me sentia mal, uma fracassada!

Quando a vontade é muito forte ao ponto de nada disso adiantar, eu uso uma pastilha de nicotina. Até hoje não usei mais de uma pastilha por dia e tem dia que nem uso. Às vezes passo até três dias sem usar a pastilha, enquanto que tem vezes que as uso por três dias consecutivos, mas nunca uso mais de uma pastilha por dia. Não quero me acostumar a usá-las, quero muito me livrar da nicotina e estou fazendo isso aos poucos, acho que estou indo bem. Usei os adesivos apenas nas primeiras três semanas e pronto! Venho me virando com as pastilhas...

É claro que não dá para "aguentar o tranco" só com as pastilhas... Continuo praticando ioga e pilates, bem como estimulando bons pensamentos diários, com o intuito de atrair boas energias a fim de evitar o estresse. Parar de fumar envolve mudança no estilo de vida, que não inclui apenas a prática do exercício físico, mas também o exercício mental. Por isso, tenho cuidado muito da minha mente e do meu corpo.

Além disso, estou evitando tudo que me lembre o cigarro... Há mais de um mês que não tomo meu café que tanto adoro. Passei todos os jogos da copa do mundo em casa, para evitar beber cerveja e estar entre pessoas que fumem. Depois de três semanas sem fumar, senti segurança para tomar umas duas cervejas antes de almoçar, a vontade bateu, mas aguentei firme! Por isso, sempre que posso evito ingerir álcool, é sempre bom evitar tentações...

É isso, estou sobrevivendo... 
Não está fácil, mas sou forte e vou conseguir!!!


Só por hoje...

Até breve!!!


26 de jun. de 2014

Como é chato ir ao dentista!

9 dias sem fumar

Hã, estou há 9 dias sem fumar, nem estou acreditando!


Comecei a usar o adesivo de nicotina fase 2, usei o fase 1 nos 8 primeiros dias e parei de usá-lo por conta própria. Resolvi acelerar o processo, pois estou me sentindo bem, decidida e forte para me manter longe do cigarro sem o adesivo. Por isso, decidi pular logo para a fase 2, cuja quantidade de nicotina é menor.
Até agora não notei diferença, os efeitos da abstinência continuam sendo mínimos ... me sinto bem! E assim, vou vivendo...

Hoje fiz uma coisa muita chata... fui ao dentista! Toda vez que vou tenho vergonha de abrir a boca, pois é sempre o mesmo falatório sobre meus dentes e aquele sermão para deixar de fumar. Dessa vez a diferença é que pude dizer que parei de fumar, toda orgulhosa! E voltei pra casa feliz... pelas manchas de cigarros removidas dos meus dentes :)

Sei que tenho aparecido pouco no blog e o motivo disso é que estou meio de saco cheio de falar sobre cigarro, estou tão bem vivendo sem ele, que nem tenho mais vontade de falar disso. Na verdade, eu queria mesmo era esquecer que um dia fumei...
Por isso que estou sumida daqui. Eu fico esperando a vontade de falar no cigarro aparecer e quando ela chega, venho aqui dar notícias pra vocês.

Mas, o pior está por vir... os tais 15 dias iniciais ainda não passaram, eles são minha "prova de fogo"... 
Todas as vezes que fracassei foram lá pelo 16º dia... Só depois que eu passar por este dia, saberei se realmente estou forte!

Só por hoje...


22 de jun. de 2014

5 dias sem fumar - adesivo de nicotina

Sim, resolvi não esperar mais para dar um basta... estou sem fumar há 5 dias!!!


Dessa vez está diferente das tentativas frustradas anteriores. Estou usando o adesivo de nicotina (fase 1 - para quem fuma mais de 10 cigarros por dia), isso diminuiu muito a crise de abstinência dos primeiros dias. Não senti dor de cabeça nem aquela irritabilidade das outras vezes e isso foi fantástico!

De fato, a maneira correta de utilizar o adesivo de nicotina é logo depois de fumar o último cigarro, pra evitar que a vontade de fumar apareça. Eu coloquei o adesivo na manhã do dia 18/06, mas fumei meu último cigarro às 17h do dia anterior. Não queria colocar o adesivo logo depois que fumei, sabia que ia dormir cedo e ainda estava bem nesse dia, estava tranquila, aguentando firme a vontade de fumar, não precisava do adesivo.

Quando acordei no outro dia, a vontade apareceu bonita e logo coloquei o adesivo para aliviar. Não tomei meu café matinal para não instigar o desejo pelo cigarro, ao invés disso tomei um chá e tenho feito isso todas as manhãs. Sinto falta da cafeína, mas ela me lembra muito o cigarro, terei que evitá-la por um tempo!

Ah, ficar sem fumar está bem mais fácil com o auxílio da nicotina terapêutica, mas os velhos hábitos adquiridos com o cigarro ainda são difíceis de vencer. Um exemplo disto é o movimento com as mãos quando está lendo ou assistindo tv. Agora tenho que encontrar algo para que minhas mãos agitadas fiquem ocupadas nesses momentos. 
Normalmente, ocupo-as com comida! Tento não sair da minha alimentação saudável, mas acontece de cometer alguns exageros. Por isso, estou preparando um kit comida saudável para ajudar a substituir o cigarro nos momentos em que faz falta, depois eu mostro aqui no blog.

Essa noite sonhei que estava fumando e acordei com muita vontade, corri pra colocar o adesivo. Depois fiquei pensando... acho que não será fácil me livrar desse adesivo. Mas dessa vez está decidido, vou usar os adesivos até o último dia de tratamento, dessa vez não quero fracassar e sem eles não dá!

Só por hoje...



16 de jun. de 2014

Síndrome de abstinência da nicotina - parte 2

Quem está parando de fumar sabe o quanto é difícil suportar os momentos de fissura pelo cigarro e como é difícil viver independente dele!
Mas, por que a retirada da nicotina provoca esse desejo tão intenso conhecido como fissura
E por que algumas pessoas tornam-se dependentes rapidamente, enquanto outras não?


Nosso cérebro, produz e libera dopamina fisiologicamente, que é um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e recompensa em estados normais. Ao fumar, a nicotina provoca a liberação de mais dopamina no Sistema Nervoso Central (SNC), numa região chamada de nucleus accumbens, e o efeito desta liberação é o aumento do prazer e do sistema de recompensa cerebral. 

Ao retirar a nicotina, o cérebro deixa de ter esse sistema de recompensa e começa a "suplicar" por mais nicotina para sentir prazer. Por isso sentimos esse desejo intenso de fumar, essa tal fissura que parece sufocar. 

Além disso, como já disse em outro post (veja aqui), a nicotina age em receptores específicos no cérebro, e a constante ativação desses receptores provoca a síntese de mais receptores.
O aumento da quantidade de receptores provoca a necessidade de um maior número de moléculas de nicotina pra produzir o mesmo efeito recompensador. Isso faz com que busquemos mais droga pra satisfazer o mesmo efeito, ou seja, à medida que o tempo passa, fumamos mais e mais cigarros... e isso não acaba! 

Esse efeito é conhecido como tolerância. Não é apenas a nicotina que provoca este efeito, outras drogas, como o álcool e a cocaína, também provocam esta resposta, esta necessidade de uma dose maior da droga para alcançar o mesmo efeito prazeroso de antes. 

Algumas pessoas possuem certo tipo de aversão à nicotina e, por isso, quando experimentam um cigarro não se tornam dependentes. Por que isso acontece?
Estudos já detectaram variabilidades genéticas (conhecidos como polimorfismos) que podem influenciar no desenvolvimento da dependência pela nicotina. Algumas pessoas possuem alterações moleculares na região do sistema de recompensa da dopamina.
Então, ao experimentar um cigarro, você pode tornar-se dependente ou, simplesmente, ter uma reação aversiva ao cigarro. Vai depender da sua genética, ou seja, do seu histórico familiar. Já foi demonstrado que o componente hereditário é responsável por cerca de 60% da resposta dependente.

Por isso que sempre digo que o ideal é não experimentar. Vai querer arriscar entrar nessa prisão? Se eu pudesse voltar no tempo, quando tinha meus 14 anos, certamente não teria experimentado!

Agora não adianta mais "chorar pelo leite derramado", é hora de seguir em frente, que a luta está apenas começando...


15 de jun. de 2014

Influência familiar no tabagismo

Essa Copa me fez lembrar momentos de confraternizações familiares e resgatei uma foto da minha infância:


Ao meu lado está minha tia, que resolvi não mostrar para preservá-la!
Mas observem a mão dela, em destaque de vermelho...

Essa foto me fez refletir algumas relações que tenho com o cigarro. Afinal de contas, sua presença em minha vida já está enraizada, passei minha infância toda cheirando essa fumacinha. Sim, comecei o vício pela nicotina desde pequena, visto que era fumante passiva. Já foi comprovado que crianças filhas de pais fumantes, tendem a se tornar dependentes uma vez que experimente um cigarro. É claro que existem exceções, as variabilidades genéticas também determinam esta resposta.

Mas enfim, o fato é que estou aqui, aos 31 anos, lutando contra um vício que praticamente foi pré-determinado pela influência familiar na minha infância. Quando descobri isso fiquei revoltada e queria convencer a todos da minha família a pararem de fumar (minha mãe é a única que já parou). Hoje não culpo mais ninguém, apenas sigo em frente em busca do meu objetivo, cada um sabe (ou não) a hora de parar. Quem sou eu para decidir a vida do outro? 

Cada um tem seu tempo, cada um escolhe seu destino. Eu decidi cuidar de mim! Eu quero viver, quero ser livre de novo. E, principalmente, quero ser mãe! Preciso vencer essa guerra contra o cigarro!!!

Começa amanhã, vamos lá...

Porque eu não vou desistir!!!


14 de jun. de 2014

Copa do mundo x Cigarro?!!

Foi numa copa do mundo que pela primeira vez tive vontade de fumar, aos 11 anos, copa de 1994, quando o Brasil foi tetracampeão. Passei todos os jogos com vários adultos ao meu redor, fumando e bebendo muito. Desde essa época eu já tinha vontade de experimentar um cigarro. Mas não passou da vontade!

A minha primeira copa fumando foi a de 98, tinha 15 anos e fumava escondido aqueles cigarros mentolados. Como todos fumavam, ninguém sentia o cheiro, ficava fácil fumar escondido. De lá pra cá foram 4 copas como fumantes, quero que esta copa de 2014 seja minha 5ª e última copa como fumante.

Preciso me redescobrir, ou mesmo lembrar um pouco de quem eu era antes de ser fumante. Ocupar os espaços que o cigarro deixa e seguir em frente!

Como diz minha amiga Mari, do blog:
www.adeusaomundodemarlboro.blogspot.com.br
"Caiu, levanta! Fraco é quem não tenta."

E em agradecimento à minha amiga Débora, do blog:
www.cantinhoparanoico.blogspot.com.br
Ela que resgatou minha paixão por minhas unhas, com seus posts sobre unhas, eu ia em seu blog ver suas histórias e crises de abstinência da nicotina, e lá encontrava esmaltes. Relembrei o quanto amo as minhas unhas e estou tentando mantê-las bonitas e bem cuidadas.


E ainda fiz uma homenagem à Copa do Mundo!

Queria que soubessem que para mim, uma das melhores coisas de ter esse blog, é ter o apoio, o carinho e a atenção de vocês (Mari e Débora).

Vou à luta, estou com meu último maço de cigarros na mesa, aqui ao lado do pc. Depois que acabar esse, não comprarei mais, seguirei em frente, de cabeça erguida. Dessa vez com uma ajudinha da farmácia :)

Está chegando a hora, é agora!!!


11 de jun. de 2014

Adesivos e pastilhas de nicotina

Ontem recebi uma encomenda do Rio de Janeiro, de uma amiga blogueira Mariana Azevedo (do blog: www.adeusaomundodemarlboro.blogspot.com.br)....


Ela está sem fumar há uns três meses e conseguiu parar com a ajuda da reposição de nicotina. Hoje ela não precisa mais dessa "muleta" e resolveu doar umas pastilhas e uns adesivos de nicotina que sobraram, no intuito de incentivar-me! E eu fiquei muito feliz com isso :)
Obrigada, Mari!

Estou numa correria esses dias com uns assuntos profissionais e, por isso, ainda não tive coragem de parar de fumar, pois prefiro não me arriscar agora. Tenho receio de perder oportunidades importantes na minha vida neste momento e não me sinto segura pra aguentar os primeiros dias sem cigarro exatamente agora, pelo simples fato de que eu não consigo controlar o estresse e a falta de concentração que sinto nos primeiros dias de abstinência. 

Mas, a cada dia que passa estou mais convencida de que quero e vou parar de fumar! Semana que vem eu paro e dessa vez será pra valer! Não haverá mais nada que irá me tirar do foco e estas nicotinas terapêuticas chegaram no momento certo, pois esta semana já comecei a diminuir o número de cigarros diários. Sinto que vou conseguir!

Esses dias encontrei uma amiga companheira de soltar fumaça e não acreditei quando ela me disse que está há um mês sem fumar, isso me incentivou muito. Além disso, esses dias tenho estudado uns assuntos que só reforçam a necessidade de parar com esse vício, não quero morrer cedo, não mesmo!

A partir da semana que vem darei mais atenção ao blog, tentarei me organizar e separar um tempinho para escrever mais... Dessa vez estou firme, sei que vou conseguir vencer esse vício... até breve!!!


2 de jun. de 2014

Uma cidade que não tem fumantes

Esta semana viajei para o tal congresso que me fez voltar a fumar na última tentativa de parar (veja aqui).

João Pessoa/PB

Tinha esquecido que ninguém fuma em João Pessoa, como é impressionante isso! É muito difícil ver um fumante na rua, nem mesmo onde fiquei hospedada havia alguém com um cigarrinho na mão. Fiquei encantada com isso, até estimulava a fumar menos (apesar da ansiedade devido a apresentação). Eu tinha vergonha de acender um cigarro na frente dos outros, sempre tinha que sair e me esconder para fumar. Por isso, fumei menos, mas ainda não consegui parar, infelizmente. Estou numa época muito agitada, mas já na fase de "preparação para a ação", ou seja, estou me preparando para deixar o cigarro, pois já me conscientizei que tenho de parar. Li sobre isso num livreto sobre cigarro que falava sobre as fases para deixar de fumar, achei interessante!

Quando estava no aeroporto, eu percebi que havia despachado minha bagagem com a revista e o livro que estava levando pra ler na viagem, então eu resolvi ir na livraria. Como eu já tinha em mente aquela história de parar de fumar logo após a apresentação no congresso, logo bati o olho no livreto sobre cigarros, de uma coleção do médico Drauzio Varela. Tem muita coisa que já mencionei aqui no blog, mas também tem informações novas... fala de testes utilizados para avaliar o nível de dependência da nicotina e sobre fumantes passivos.

Achei interessante compartilhar com vocês este livro, pois tem uma linguagem acessível a todos, além de conter informações que englobam vários assuntos relacionados ao tabagismo. É um livro bem pequeno com apenas 60 páginas, li durante as 2hs de vôo (se bem que sou um pouco suspeita, já que este tema me atrai muito e acabo lendo rapidinho). É uma leitura para qualquer pessoa que tenha curiosidade no assunto: fumantes, ex-fumantes, pessoas que estão começando a fumar (principalmente adolescentes) e até mesmo pessoas que queiram ajudar alguém próximo a parar de fumar. Veja o conteúdo do livro na foto abaixo:

Vale a pena ler! Deve ter em qualquer banca de revista e é bem baratinho...

Enfim, estou decidida a parar de fumar, mas estou me conformando que preciso de ajuda. Vou tentar parar com auxílio do adesivo da nicotina, em breve conto a vocês como e quando será!


20 de mai. de 2014

Vou parar de fumar!

Eu vou parar de fumar! Porque não tem mais graça essa história de colocar fumaça dentro dos meus pulmões e eu quero muito parar... Querer é poder e eu vou conseguir!

É como disse minha companheira blogueira Mariana em um post dedicado à mim: "nesse game só fracassa de verdade quem para de tentar" (veja clicando aqui)... e é com a sua ajuda e a de minha nova amiga Débora (veja o blog dela aqui) que eu entrarei novamente na luta.

Eu havia dito em outro post que só iria tentar novamente em dezembro (veja aqui), mas eu decidi tentar antes disso. Isso porque mesmo fumando eu não me sinto feliz, continuo depressiva só que agora o motivo não é mais a abstinência da nicotina. A cada cigarro que acendo me sinto péssima, não apenas porque sei o mal que estou causando à minha saúde, mas porque sinto que o cigarro é mais forte do que eu. Preciso provar à mim mesma que sou mais forte que este vício, preciso dar um basta nesta história de dependência!

Como todas as outras vezes que tentei parar "na tora" não deram certo, desta vez farei diferente. Vou parar fazendo o desmame, começarei reduzindo a quantidade de cigarros fumados diariamente. E então, no dia 31 de maio, dia nacional de combate ao tabaco, e dia em que apresento o tal trabalho no congresso, fumarei meu último cigarro!

Então, dia 1º de junho colocarei o adesivo de nicotina fase 3, porque desta vez não quero passar pelos sintomas cruéis de abstinência que passei nas outras vezes. Admito minha impotência e utilizarei a bendita nicotina terapêutica.

Daqui até lá vou contando pra vocês como está sendo a redução dos cigarros diários. E vamos lá, rumo ao:



18 de mai. de 2014

Síndrome de abstinência da nicotina - parte 1

Este post é para pessoas que tenham curiosidade em entender o que acontece com o nosso corpo quando resolvemos parar de fumar, é para quem quer saber quais efeitos fisiológicos causados pela nicotina e as consequências de sua retirada. A síndrome de abstinência desta droga provoca muitos efeitos e, para evitar que fique um texto grande e cansativo, resolvi dividir as postagens sobre este assunto. 

A nicotina é uma substância química (mais detalhes em link) que tem sua ação fisiológica por atuar em receptores específicos localizados em diversas células do nosso corpo. Estes receptores recebem o nome de nicotínicos e estão localizados no cérebro, glândulas, músculos e nervos, sendo responsáveis por regular diversas funções no nosso organismo.

No cérebro, os receptores nicotínicos, quando estimulados pela nicotina, induzem a liberação de diferentes neurotransmissores. A figura abaixo resume quais são esses neurotransmissores e algumas das funções que eles controlam:



Portanto, ao retirar a nicotina deixamos de "alimentar" estes receptores e então surgem alguns dos sintomas da crise de abstinência:
  1. Irritabilidade e mal-humor
  2. Aumento do apetite
  3. Falta de concentração
  4. Ansiedade
  5. Sonolência 
Entretanto, algumas pessoas têm insônia quando param de fumar, isso porque em doses mais elevadas a nicotina tem um efeito depressor, ou seja, induz o sono, e é por isso que, ao retirá-la, alguns têm dificuldade para dormir. Então, este efeito da abstinência em relação ao sono irá variar dependendo do número de cigarros que a pessoa fumava, bem como de outros fatores pessoais relacionados ao estilo de vida de cada um.

Ainda no cérebro, a retirada da nicotina provoca depressão e este sintoma foi abordado em outro post, veja neste link aqui.

Algumas pessoas podem perguntar: "Por que quem não fuma consegue produzir todos esses neurotransmissores sem precisar da nicotina?"...
Isso acontece porque todos nós temos esses receptores nicotínicos e produzimos endogenamente uma substância que os ativam, a acetilcolina. No cérebro, a acetilcolina é capaz de induzir impulsos elétricos que sinalizam a liberação de alguns destes neurotransmissores citados na figura acima.

Todos nós temos a capacidade de sintetizar acetilcolina, porém, a estimulação contínua destes receptores pela nicotina provoca a síntese de novos receptores e isso faz com que a acetilcolina que nós produzimos seja incapaz de satisfazer a maior quantidade de receptores que agora precisam ser ativados para produzir o mesmo efeito.
O aumento no número desses receptores induzido pela nicotina é um dos motivos pelo qual esta droga é altamente capaz de provocar dependência (em outro post sobre síndrome de abstinência, falarei mais sobre a fissura e o mecanismo de dependência da nicotina).

Uma curiosidade é que, quando estes receptores foram descobertos pelos cientistas, foram nomeados "receptores nicotínicos" exatamente pela capacidade da nicotina de ativá-los com altíssima especificidade, maior até que a própria acetilcolina que nós produzimos endogenamente. O que demonstra mais uma vez a elevada capacidade desta droga de provocar dependência química.

São muitos os efeitos fisiológicos da nicotina, aos poucos falarei sobre cada um deles.

*Caso alguém tenha curiosidade de saber sobre algum sintoma específico, ou mesmo se deseja saber mais detalhadamente sobre os mecanismos fisiológicos de algum dos sintomas, sinta-se à vontade para pedir. Farei o possível para esclarecer dúvidas sobre este assunto!


15 de mai. de 2014

Depressão e tabaco


Este post é em homenagem à uma queridíssima blogueira, que está passando por momentos de dificuldades depois que parou de fumar. E, o pior de tudo, é que as pessoas próximas à ela não a entendem. Por isso, na tentativa de ajudá-la a convencer estas pessoas de que seu estado é real, vou falar um pouco sobre a depressão e sua relação com o tabaco, incluindo a relação entre os efeitos fisiológicos da abstinência da nicotina e a determinação do quadro depressivo.

Antes disso, vou fazer uma breve descrição da minha formação acadêmica, apenas no intuito de dar credibilidade ao que vou escrever, já que muitos julgam os ex-fumantes como loucos e dramáticos.
Sou farmacêutica graduada há quase 5 anos, concluí meu mestrado há dois anos na área de produtos naturais com ênfase em farmacologia, estou no último ano do doutorado em ciências da saúde e já dei aula de fisiologia e farmacologia. Todos estes anos de estudo e pesquisa me dão base suficiente para falar com propriedade sobre a fisiologia da nicotina e os seus efeitos no sistema nervoso central. 
Vou tentar ser didática e escrever de forma bem simples para que todos consigam compreender. No final do post, colocarei algumas referências de artigos científicos para caso alguém queira aprofundar a leitura sobre o assunto.

A capacidade que nós temos de sentir emoções é devido à produção de neurotransmissores em nosso cérebro, tais como dopamina, serotonina e noradrenalina. São estes hormônios os responsáveis pelas nossas sensações e eles estão relacionados com o controle de diversos sintomas emocionais, que podem ser observados na  figura abaixo:


A depressão é uma doença caracterizada pela redução dos níveis cerebrais destes neurotransmissores. Portanto, a ausência de noradrenalina diminuirá a energia e o interesse; a ausência de serotonina irá diminuir a capacidade de controlar o impulso; a ausência de noradrenalina e serotonina irá reduzir a capacidade do indivíduo em controlar a ansiedade e a irritabilidade; a deficiência em dopamina irá diminuir a iniciativa em realizar tarefas corriqueiras; e, por fim, a ausência dos três irá reduzir o humor, a capacidade de controlar as emoções e a função cognitiva (capacidade de memória, atenção e raciocínio).  

Um dos efeitos da nicotina é aumentar a liberação destes hormônios no sistema nervoso central. A nicotina se liga em receptores específicos no cérebro, denominados receptores nicotínicos. Estes receptores, quando ativados, provocam a liberação destes neurotransmissores, melhorando todos estes estados emocionais.

Ao parar de fumar, o indivíduo deixa de produzir noradrenalina, serotonina e dopamina na mesma quantidade de antes, perdendo a capacidade de controlar todas essas emoções, por isso que a abstinência da nicotina provoca um estado depressivo, além de irritabilidade, falta de concentração, dentre outros sintomas.

Com o tempo, a produção destas substâncias se regulariza, porém, em algumas pessoas isso não acontece (ou demora mais para acontecer) porque estão mais propensas ao estado depressivo, devido a fatores variáveis que estão sendo estudados pelos cientistas. Pode estar relacionado a:

  1. Tempo de uso da nicotina
  2. Quantidade de cigarros fumados diariamente
  3. Quando foi iniciado o tabagismo (pessoas que começaram a fumar por volta dos 15 anos estão mais propensas)
  4. Fatores genéticos

Portanto, o tabagismo hoje é considerado uma doença crônica e não uma frescura. Atualmente, é considerado um problema de saúde pública! E já existem milhares de estudos com o intuito de descobrir medicamentos que auxiliem no tratamento para pessoas deixarem de fumar e alguns deles já estão disponíveis no mercado. Dentre estes medicamentos, alguns são da classe dos antidepressivos, depois escreverei um post sobre eles. 

Alguns fumantes conseguem parar sem usar medicamentos, mas outros precisam deles. Eu mesma me recuso a utilizá-los, pois antidepressivo é uma droga que provoca dependência tal como a nicotina e que tem vários efeitos colaterais indesejáveis. Por isso, prefiro tentar parar de fumar sem procurar ajuda médica. Caso eu não consiga, admitirei minha fraqueza e procurarei auxílio medicamentoso. 

O que deve ficar claro é que cada pessoa tem suas particulares, o importante é fazer uma relação "risco x benefício" e analisar suas necessidades. Se você está percebendo que não consegue parar sem um adjuvante e sua saúde está prejudicada por causa do tabaco, o ideal é procurar um médico, de preferência especialista em tabagismo.

O que não pode é ficar se martirizando e se culpando por não conseguir. Não se compare à outras pessoas que conseguiram parar de fumar sem utilizar nada. Lembre-se sempre que cada indivíduo tem a sua história e suas particularidades. 


- Listei algumas referências para quem se interessar e quiser aprofundar a leitura sobre o assunto. Como não sei anexar os arquivos aqui no blog, vou colocar os links para vocês encontrarem na internet.
Infelizmente, alguns são artigos científicos que são pagos e só dá pra baixar gratuitamente pela universidade. Mas caso alguém se interesse, é só me pedir que envio por e-mail.
  1. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22558621
  2. http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v34n10/v34n10a14.pdf
  3. http://link.springer.com/article/10.1080%2F10298420290023963
  4. http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0278584614000311


13 de mai. de 2014

Último fracasso

Quem acompanha meu blog desde o início já deve ter percebido que quando eu passo alguns dias sem postar o pior aconteceu, não é mesmo? Então, dessa vez não foi diferente. Eu desisti!
Demoro de postar porque tenho vergonha de vocês, meus leitores. Tenho vergonha de ter sido fraca e tenho medo de influenciar os que estão firmes e fortes. 

Na verdade, eu desisti de parar de fumar agora, mas isso não quer dizer que não vou parar, que desisti de vez. Apenas resolvi admitir minha impotência neste momento e assumir que não estou num momento ideal para enfrentar todos esses sintomas da abstinência. 

A questão é que estou no meu último ano de doutorado e o cerco está fechando. Vou fazer uma apresentação oral num congresso daqui a 15 dias e meus "tico e teco" não estavam funcionando direito. Não foi por falta de tentativa, passei 14 dias tentando me concentrar, estudar e produzir, mas não consegui.
Estou muito atribulada com artigos para ler, experimentos para fazer, apresentações orais para preparar e, simplesmente, passei duas semanas improdutivas apenas vivendo e tentando aprender a lidar com a abstinência da nicotina. Simplesmente, cansei! Cansei de me sentir depressiva e desanimada, cansei de ficar estressada e decidi que não será agora que irei me despedir do meu "querido" cigarro.

Ah, gente! Passei a minha vida inteira fumando, logo agora que estou terminando um ciclo em minha vida, eu tenho que ficar me angustiando por causa da falta que o cigarro me faz? Sinceramente, não acho que mais alguns meses fumando irão me matar. O que não dá mais é ficar arriscando meu futuro profissional por causa dessa abstinência, pois foi quase isso que aconteceu. Não dá pra entrar em detalhes por aqui, mas estejam certos que não foi à toa que tomei esta decisão.

Entretanto, é como eu disse... não vou desistir de parar de fumar, apenas não pararei agora. Programei uma data para deixar de vez o cigarro: 16/12/2014, no dia da minha defesa do doutorado, fumarei meu último cigarro!

E, para não deixar de escrever no blog, daqui até lá abordarei alguns assuntos que considero interessantes relacionados ao cigarro. Gosto de escrever e aproveitarei os meus conhecimentos sobre fisiologia e farmacologia para falar sobre os mecanismos fisiológicos da nicotina, sobre os tratamentos disponíveis, os fatores relacionados à dependência química desta droga, os malefícios causados pelo cigarro, bem como outros assuntos relacionados à este tema.

Apesar de ser fumante há mais de 10 anos, sou amante da alimentação saudável há mais de cinco anos e gostaria de compartilhar algumas informações oriundas de pesquisas e leituras que realizo há muito tempo, sobre alimentos que auxiliam na prevenção e na redução dos prejuízos causados pelo cigarro. Sempre fui defensora de que não adianta você não fumar e se alimentar mal. Tudo que ingerimos irá interagir com nosso corpo de alguma forma e não custa nada tentar diminuir os males causados pelo tabaco.

Agradeço à todos que me acompanham...
Peço desculpas aos que decepcionei...
E continuo torcendo pelos que estão na luta. Não desistam! Cada um tem a sua história...


8 de mai. de 2014

"Só por hoje"


Nunca esse "só por hoje" foi tão eficaz desde que parei de fumar. Por muito pouco, muito mesmo, eu quase desisti de tudo e fui na padaria comprar cigarro (toda vez que paro de fumar eu passo longe da padaria que tem aqui ao lado da minha casa, pois meu cérebro já a associa ao cigarro, era lá que eu ia todas as manhãs comprar meu maço de cigarros). 

O que aconteceu foi que, definitivamente, não consigo produzir sem o cigarro, é uma coisa muito louca isso, mas meu cérebro está condicionado a associar o cigarro ao estudo. Sinto-me depressiva sem meu cinzeiro ao lado do computador e isto está cada vez pior. Às vezes, penso que terei que trocar de atividade, fazer algo que não exija muito concentração, raciocínio, articulação de ideias e criatividade. Em minha profissão tem muitas áreas que são assim, que não exigem nada disso, que o trabalho é mais técnico e mecânico. Nunca gostei desses tipo de trabalho e foi por isso que partir para a área acadêmica, mas estou me rendendo à esta possibilidade, talvez assim eu consiga ficar sem o cigarro.

Infelizmente, não posso desistir do meu doutorado, não apenas por eu ser bolsista e precisar do dinheiro pra pagar minhas contas, mas também porque sei que me arrependeria amargamente por isso. Admito que já pensei em abandoná-lo, pois é por causa disso que não consigo largar o cigarro, não só pela falta de concentração, mas devido às dificuldades em lidar com os estresses gerados por ele. Tenho consciência que o problema está em mim, tenho que me reinventar, descobrir algo que substitua o "cigarro para pensar". Entretanto, na prática isso é muito difícil.

Ontem eu perdi a paciência com isso e decidi que hoje, quando eu acordasse, iria na padaria comprar meu cigarro. Dormi pensando que talvez agora ainda não fosse o momento ideal de parar e que eu ainda não havia recebido nenhuma sentença de morte por causa do cigarro. E que, por isso, eu ainda tinha o "direito" de fumar mais alguns dias. Só que não, eu não preciso esperar esta sentença.

Hoje acordei melhor, mais animada em me manter firme. Fiquei alguns minutos me olhando no espelho... percebi como minha gengiva está mais clara, antes ela era escura por causa do cigarro, tinha muito medo de ter câncer na boca e garganta; minha pele está menos opaca e mais viva.
Além disso, lembrei que ontem, quando estava voltando do ioga, subi a ladeira da minha casa correndo sem perder o fôlego, foi aí que percebi o quanto meu corpo está evoluindo e o quanto estão valendo a pena esses dias de sofrimento.

Tudo isso me fortaleceu a não ir na tal padaria, e a me manter firme e forte sem cigarros... 
"Só por hoje"...


7 de mai. de 2014

11º dia - fase depressiva

À beira da loucura!


11º dia sem cigarro e a abstinência não melhora em nada, ao contrário, só piora. 
Acho engraçado como alguns sites sobre abstinência são mentirosos. Aposto que quem os escreve nunca fumou, apenas leu o que dizem os artigos científicos sobre dependência da nicotina (e olhe lá). 
Não me canso de ler sobre o assunto e, quanto mais eu leio, percebo que nada me ajuda, pois, me sinto péssima quando leio que com o tempo os sintomas vão diminuindo e vejo que comigo isso não acontece.
Nos primeiros dias sempre me sinto feliz por estar sem fumar, sinto que vou conseguir, apesar de todos os sintomas pesados como dores fortes de cabeça, enjoos e tonturas... mas, mesmo assim, me sinto animada. Só que com o passar dos dias essa animação vai se afastando e a depressão vai se instalando. Começo a sentir uma tristeza profunda de abandono e solidão, que saudade do meu companheiro!

Ah, e o que mais sinto falta? Do cinzeiro ao lado do computador para acompanhar meus estudos e do maço de cigarros pra me auxiliar a produzir. Sem dúvida alguma essa é a minha maior dificuldade em lidar com a abstinência! E isso só faz piorar o meu estado depressivo, começo a me torturar porque não consigo mais me concentrar e perceber o quanto sou dependente de uma droga é desesperador!
Na verdade, já não sei mais se estou depressiva porque meus neurônios não mais se conectam, ou por causa do próprio efeito da abstinência.  

Queria poder tirar férias pelo ao menos no 1º mês de abstinência, não queria ver ninguém, não queria ter que sair de casa. Mas, infelizmente, não posso. Agora mesmo, tenho que ir à uma reunião com minha orientadora, que me incumbiu de apresentar um trabalho para ela hoje. Só que não consegui terminar esta apresentação, meus receptores nicotínicos estão sedentos e não me permitem focar, estou altamente dispersa! 

O pior (se é que ainda existe algo a mais pra piorar) é ter que esperar compreensão das pessoas por estar nessa situação. Quem nunca fumou é incapaz de entender o que são esses sintomas da abstinência e muitos acham que é frescura. Até mesmo quem já fumou e conseguiu parar, muitas vezes não entendem, esquecem o que passaram. 

Mas... vamos lá... fé e força! Porque foco eu não tenho mais...


6 de mai. de 2014

Por que optei por não usar reposição de nicotina?

Resolvi escrever este post porque muita gente tem me aconselhado a usar o adesivo ou a pastilha de nicotina. Vou explicar para vocês porque eu decidi não usar mais este recurso...

Esta não é bem a minha 2ª tentativa de parar de fumar, como eu relatei aqui no blog (veja link). Na verdade, é a 2ª vez que tento parar desde que comecei a escrever aqui, ou seja, desde que decidi parar pra valer.
Ano passado eu tive infecção na garganta 4 vezes entre os meses de agosto e dezembro. Neste período, praticamente todo mês eu tinha que tomar uma caixa de antibiótico. Até que, na última infecção, tomei um antibiótico para infecções graves. O fato é que o cigarro estava destruindo todas as minhas defesas, meu sistema imune estava totalmente debilitado. 
Eu não fumava durante todas essas 4 infecções, é claro! Quem é doido de fumar com a garganta fechada cheia de pus e com febre? Mal conseguia engolir água...
Só que todas as vezes, jurava que não tocaria mais no cigarro. E, assim que eu melhorava, passava no máximo 5 dias sem fumar e voltava a colocar de novo o cigarro no "bico". 
Rapidamente eu esquecia a semana que passei na cama por causa dele, sem falar no dinheiro com médicos e remédios que eu gastava. Quem lembra disso na hora que está na fissura?

Em todas essas vezes que tentei parar de fumar eu usei o adesivo de nicotina, aquele da fase 1. E em todas, quando voltei a fumar, voltei fumando mais que antes. Eu fumava uns 15 cigarros por dia antes dessas crises e cheguei a fumar uma carteira depois dessas tentativas.

Por isso que, quando decidi parar de fumar "de verdade", sem ser pressionada por um estado de doença, decidi que não faria mais reposição de nicotina. Foi quando comecei a escrever no blog pra aliviar a tensão e, desde então, resolvi parar "na tora". 
E, sinceramente, acho que é um sofrimento dobrado parar de fumar usando a nicotina, pois você sofre na hora que pára de fumar e na hora que pára de usar a nicotina. Sem condições, não tenho estrutura pra isso!

Entretanto, na minha 1ª tentativa relatada aqui no blog, no 16º dia sem cigarro eu resolvi colocar o adesivo (tenho uma caixa guardada aqui em casa, que sobrou das vezes que tentei ano passado). Isso porque o 15º dia foi o pior de todos (se quiser saber como foi, clique aqui).
Só que não deu muito certo usar esse adesivo depois de tanto tempo sem fumar, fiquei muito mal, muito enjoada e com dor de cabeça, resolvi tirar o adesivo, tomar um medicamento para enjoo e, mesmo assim, perdi o resto do meu dia. Por essas e outras que decidi não usar mais.

É isso, a nicotina causa vários efeitos fisiológicos desagradáveis, não sentimos quando fumamos porque vamos nos acostumando aos poucos com ela, vamos adquirindo tolerância. Além disso, a nicotina inalada na fumaça vai rapidamente para o cérebro, já com o adesivo ou a pastilha isso não acontece e os seus efeitos nos outros órgãos sobressaem mais. 

Enfim, hoje estou entrando no meu 11º dia sem cigarro e a abstinência está cada vez pior... em breve conto o que estou passando nos últimos dias... 

5 de mai. de 2014

Sonhar fumando

Gente, quem já sonhou fumando? Nas duas últimas noites sonhei fumando um cigarro e soltando aquela fumacinha deliciosa... ô que saudade! 


Os dias estão passando e a abstinência está piorando, estou cada dia mais alucinada. No meu 8º dia sem cigarro achei que poderia tomar uma cervejinha de leve enquanto fazia o jantar de sábado à noite (antes quando eu ia cozinhar eu fumava um atrás do outro), tomei apenas duas long necks e foi o suficiente para dar aquela fissura pela nicotina. Foi aí que eu percebi que ainda não estou preparada para ingerir álcool neste período de abstinência. Ainda bem que eu não estava no bar, em casa fica mais fácil controlar a vontade, já que não tem ninguém fumando do meu lado e nem tenho cigarro. Foi difícil, posso dizer angustiante, mas passou! 

Está cada vez mais difícil lidar com os efeitos da abstinência. Nestes dois últimos dias (8º e 9º dias sem fumar) o que tem mais me incomodado é a sonolência, que sono é esse hein? Pior que estou evitando a cafeína, aí está mais difícil ainda controlá-lo. Sem falar na tontura, desde o primeiro dia sem cigarro que sinto, principalmente nos horários que mais gostava de fumar, pela manhã quando acordo e quando estou escrevendo. De vez em quando a fissura bate com tanta força que sinto um aperto no peito parecendo que vai me sufocar. E a concentração? É muito difícil manter o foco de leitura e o pensamento constante. Não está fácil, não mesmo. 

É por isso que estou sonhando com o cigarro nos últimos dias e, sinceramente, não acho ruim... pelo ao menos no sonho mato minha vontade de inspirar e expirar uma fumacinha, pelo ao menos no mundo dos sonhos sacio meu desejo pela nicotina. Contanto que ela não saia de lá!

3 de mai. de 2014

Nicotina: a molécula do prazer

Apesar de estar lutando para me livrar da dependência da nicotina, sou apaixonada pela química das drogas e, por isso, resolvi escrever um post exclusivamente para ela. Meu intuito é satisfazer a curiosidade de pessoas que estejam passando por este momento de abstinência e que queiram obter informações sobre esta substância tão prazerosa, que nos torna tão dependentes.

A nicotina é uma substância encontrada em folhas de plantas do gênero Nicotiana, sendo que as duas espécies mais conhecidas na América do Sul são: a Nicotiana tabacum e a Nicotiana rustica. As folhas secas destas plantas são utilizadas para produzir o tabaco. A nicotina é uma substância química do grupo dos alcaloides, que são compostos caracterizados pela presença do átomo de nitrogênio, como pode ser observado na figura abaixo:


        



Molécula de nicotina




Antigamente, o tabaco era utilizado como inseticida nas lavouras e logo foi popularizado o seu uso como fumo em cachimbos, ou mesmo mascados e até sob a forma de chás. Porém, ninguém tinha ideia dos males causados pelo seu uso.
Hoje, sabemos que o cigarro de tabaco contém milhares de substâncias nocivas além da nicotina, mas é ela a causadora do prazer e da dependência química. Mas, o que a danada da nicotina faz?

Quando tragamos o cigarro, a nicotina é rapidamente absorvida pelos alvéolos pulmonares, atingindo o cérebro em cerca de 10 segundos. Lá elas encontram seus receptores, que são moléculas proteicas com alta afinidade para a nicotina, estes receptores são conhecidos como nicotínicos. Todos nós possuímos estes receptores e é por isso que, uma vez em contato com a nicotina, todos nós podemos sentir o prazer provocado por ela, mas nem todos nós seremos dependentes, pois existem alguns componentes genéticos que influenciam neste quesito (assunto para outro post).

Mas... e como a nicotina provoca a sensação de prazer? No sistema nervoso central, a nicotina ao ativar seus receptores nicotínicos provoca a liberação de hormônios responsáveis pelo prazer, como a dopamina e a serotonina. Porém, não existem receptores nicotínicos apenas no cérebro, temos estes receptores em diversas partes do corpo, como em músculos, glândulas e nervos, por isso que a nicotina causa diversos efeitos fisiológicos, além do prazer. Abordarei sobre estes efeitos em outro momento.

Como dou aula de fisiologia e farmacologia, tive o maior cuidado para não escrever de forma técnica, espero ter sido didática :)

Plantação de Nicotiana tabacum

Folhas secas da Nicotiana tabacum usadas para fabricar o cigarro de tabaco

7º dia sem cigarro

Como nem tudo são flores, meu 7º dia sem cigarro não foi dos melhores...

Tudo começou quando fui fazer um exame de sangue pela manhã, sou igual uma criança quando preciso tirar sangue, fico muito tensa. Quando acabou a tortura da agulha, sentei numa sala pra fazer o desjejum, onde tinha uma máquina de cappuccino maravilhosa e não resisti, tomei minha primeira dose de cafeína após 6 dias sem fumar. Saí do laboratório alucinada por um cigarrinho e logo de primeira me deparo com uma mulher soltando aquela fumacinha maravilhosa, ô que saudade! Corri pra casa... decidida a continuar sem ingerir cafeína por um bom tempo.

E as provações do dia não pararam por aí... tive uma reunião com minha orientadora do doutorado e soube de novidades que agitaram meu dia. Quem acompanha meu blog sabe que minha maior dificuldade é aguentar a abstinência da falta de concentração e que foi ela que me fez fraquejar na primeira tentativa. Pois então, pensei que tão cedo precisaria da tal concentração, já que já havia terminado a escrita dos meus artigos. Mas, vem bomba por aí... terei que fazer uma apresentação oral num congresso muito em breve e tenho apenas 5 dias para preparar esta apresentação e estar "afiada" para ensaiar com minha "chefa". Agora sim posso dizer que as provações da falta da nicotina estão começando. O maior prazer que tinha com o cigarro era no momento do estudo, o cigarrinho para pensar era o melhor de todos para mim. E agora, o que será de mim? É esperar para ver...

Por fim, para finalizar este dia, estava esperando uma notícia que envolve minha vida pessoal, a qual estava muito ansiosa à espera. Não foi a resposta que eu queria, infelizmente não foi dessa vez :(
Fiquei triste por um bom tempo e a primeira coisa que me veio na cabeça foi ir para o bar tomar todas, como sempre fiz quando algo não dá certo em minha vida. Mas consegui resistir, pois sabia que a primeira coisa que faria seria fumar um maço de cigarros para acompanhar a cerveja. Ao invés de ir ao bar, fui à academia fazer meu pilates, voltei pra casa calminha calminha, como o pilates faz bem! Indico à todos que estão no mesmo barco que eu, pois, além de ser uma atividade física maravilhosa, ainda nos ensina a respirar corretamente e sentir novamente o ar que entra e sai do nosso pulmão. É maravilhoso, gente!

É isso, estou firme, forte e feliz por mais um dia sem cigarro!


2 de mai. de 2014

5º dia sem cigarro

Esses dois últimos dias foram bem mais tranquilos do que eu imaginava. Estou tão feliz que parei de fumar e a consequência disso é que as crises de abstinência estão diminuindo. Creio que a força do pensamento seja um fator importante neste momento e, por isso, lembro sempre dos motivos que me fizeram parar de fumar e os benefícios disto em minha vida. Além disso, a atividade física está sendo fundamental para diminuir as crises, o yoga e o pilates estão me ajudado bastante a diminuir a ansiedade.

Aquela dor de cabeça insuportável que senti nos 3 primeiros dias parou, sinto apenas uma dor leve de vez em quando, que pode ser também devido à TPM, estou perto de menstruar e costumo sentir dor de cabeça nas vésperas. Outra causa desta dor de cabeça pode ser abstinência da cafeína matinal diária, pois todos os dias pela manhã eu costumava tomar 2 a 3 xícaras de café forte, mas depois que parei de fumar estou evitando a cafeína, para evitar os tais momentos de fissura comuns da abstinência.

Nestes últimos dois dias tenho sentido um leve enjoo matinal, mas que logo passa. Este enjoo pode também ser atribuído à TPM, entretanto, não posso descartar a possibilidade de ser causado pela ausência da nicotina, já que é um sintoma comum. 

Fora esses dois sintomas, não tenho sentido mais nada, até a prisão de ventre melhorou :)
É claro que eu dei uma ajudinha com uma alimentação rica em fibras para melhorar o funcionamento do intestino. Não adianta parar de fumar e não mudar os hábitos alimentares, além de inserir algum tipo de atividade física no dia-a-dia. Nosso corpo está acostumado a receber uma substância química (nicotina) a todo momento, a qual tem a capacidade de alterar o funcionamento normal do nosso corpo, portanto, é normal que com a ausência dela cause alterações fisiológicas.

E, por fim, estou muito feliz porque desta vez não estou sentindo nenhuma irritabilidade, nem estou acreditando. Para mim este era o pior sintoma da abstinência. Acho que é porque desta vez estou super decidida a parar de fumar e estou muito feliz por estar conseguindo.